José de Campderrós (
1802)
Considerado por Eugenio
Pereira Salas como a figura mais interessante da arte pentagrâmica
colonial chilena, este compositor espanhol, nascido em Barcelona,
foi filho de Don Martín Campderrós e de Dona Magdalena Pascual.
De acordo com Zapiola, foi leigo da Buena Muerte de Lima (Peru)
e diretor de coro e mestre de capela nessa cidade. Em 1793 obteve,
por concurso, o cargo de mestre de capela da Catedral de Santiago
do Chile, para onde se transladou nesse ano, trazendo um importante
conjunto de partituras de compositores limenhos, que passaram a
constituir o arquivo da Catedral, juntamente com uma grande quantidade
de obras por ele compostas. Casou-se no Chile com María de las Nieves
Machado y Penochea, com quem lavrou um testamento mútuo, datado
de 11 de maio de 1797, em virtude do qual sua viuva doou à capela
catedralícia o arquivo de partituras de Campderrós, no ano seguinte
de sua morte, ocorrida em Santiago do Chile em 1802.
Atualmente, na biblioteca da Catedral, conservam-se
85 obras manuscritas de Campderrós, divididas em 22 obras profanas,
tais como vilancicos e árias, 15 missas e 48 obras religiosas diversas:
hinos, salmos, seqüências, ofícios de defuntos, etc. Em todas elas
revela-se um compositor de ofício, destro no manejo do coro e da orquestra,
que seguiu tanto a tradição do vilancico barroco espanhol, como o
estilo dos compositores pre-clássicos europeus.
(Samuel Claro, Antología de la Música Colonial
en América del Sur,
Ediciones de la Universidad de Chile, Santiago de Chile, 1974)
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