VII ENCONTRO DE MUSICOLOGIA HISTÓRICA (Brasil)
Fecha Saturday, 04 February a las 12:03:52
Tema Cursos, Congresos y conferencias


VII ENCONTRO DE MUSICOLOGIA HISTÓRICA
Musicologia histórica brasileira em tempos de transdisciplinaridade
XVII Festival Internacional de Música Colonial Brasileira e Música Antiga

Realização: Centro Cultural Pró-Música de Juiz de Fora (MG)
Período: 21 a 23 de julho de 2006
Coordenação: Paulo Castagna (IA/UNESP)

Texto únicamente disponible en portugués

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Introdução

Estão abertas, até 3 de abril de 2006, as inscrições para comunicações no VII Encontro de Musicologia Histórica, evento que será promovido pelo Centro Cultural Pró-Música de Juiz de Fora nos dias 21, 22 e 23 de julho de 2006. O VII EMH reunirá pesquisadores convidados e inscritos, que apresentarão, respectivamente, trabalhos temáticos e comunicações relacionadas ao tema ?Musicologia histórica brasileira em tempos de transdisciplinaridade?.


Fundamentação teórica

Séculos atrás, a pequena quantidade de pesquisadores, de disciplinas, de livros e bibliotecas, além da pequena circulação de informações pelo mundo, permitiam a uma única pessoa dominar boa parte do conhecimento então disponível em uma determinada região. A partir do século XVIII, entretanto, iniciou-se uma especialização que obrigou os pesquisadores a se ocuparem de um assunto cada vez mais restrito, mas que também permitiu conhecer tão a fundo esse assunto como nunca antes havia ocorrido. Os antigos generalistas, que em uma perspectiva holista dominavam um pouco de tudo o que se conhecia, deram lugar aos especialistas, que passaram a saber muito sobre pouca coisa.

Na segunda metade do século XX constatou-se que a especialização disciplinar era, de fato, a principal responsável pelos avanços técnicos e científicos aos quais se havia chegado, mas também que essa especialização possuía claros limites, que além de condicionarem o conhecimento que se produzia a um único tipo de visão, impedia o próprio especialista de alcançar o pleno domínio de todo o conteúdo gerado por sua disciplina, devido ao enorme volume alcançado por esse conhecimento.

Embora o ponto de partida da atividade científica esteja sempre nas disciplinas, o progressivo esgotamento das abordagens cada vez mais especializadas tornou necessário o compartilhamento e a imbricação com outras disciplinas, visando o estabelecimento de novas maneiras de se chegar ao conhecimento. Com isso, surgiu a procura por alternativas epistemológicas que impulsionassem o desenvolvimento científico na direção oposta à especialização disciplinar, iniciando-se então a estruturação das modalidades de pesquisa que tornaram-se conhecidas como multidisciplinares, interdisciplinares e transdisciplinares.

Na abordagem disciplinar, cada disciplina utiliza sua própria metodologia, visando a obtenção de um conhecimento especializado e absolutamente condicionado por seus limites, em uma visão monolítica que não experimenta o contato com procedimentos externos a essa disciplina. As abordagens multi, inter e transdisciplinares, no entanto, visam romper esses limites, caminhando mais no sentido do intercâmbio entre os diversos campos do saber do que na visão disciplinar internalizadora.

As experiências multidisciplinares são aquelas nas quais especalistas de diferentes disciplinas preocupam-se com um mesmo objeto ou um mesmo problema, cada um dos pesquisadores contribuindo com sua visão específica e responsabilizando-se por uma parcela dos resultados. De acordo com Ivan Domingues, a abordagem multidisciplinar ?se limita a aproximar as disciplinas, cada uma delas ficando com sua metodologia e mantendo intacto seu corpus teórico depois de consumada a cooperação, cujo ponto de ligação será o produto?. A abordagem interdisciplinar, no entanto, ?se implica em compartilhamento de metodologia, é para aplicá-la de maneira tópica e localizada, depois fundir os campos do conhecimento e gerar uma nova disciplina.? Nas palavras do mesmo autor, ?após a cooperação, os campos disciplinares se fundem e geram uma disciplina nova.?

Transdisciplinar, por sua vez, é a abordagem que vai além da meramente disciplinar, embora esteja nela ancorada: é o estudo que quebra barreiras e avança na direção de outras disciplinas, nelas encontrando temas, objetos, perguntas, problemas e métodos que não existiam necessariamente no campo de origem, levando, assim, ao transpassamento e à transmutação das próprias disciplinas. De acordo com o Instituto de Estudos Avançados Transdisciplinares da UFMG, ?a transdisciplinaridade permite pensar o cruzamento de especialidades, o trabalho nas interfaces, a superação de fronteiras, a migração de um conceito de um campo do saber para outro, além da própria unificação do conhecimento.?

A abordagem transdisciplinar possibilita a exploração das assim denominadas zonas de indefinição ou de ignorância do conhecimento disciplinar, que não podem ser focadas pela metodologia limitada de cada especialidade. Mais do que uma simples opção metodológica, a transdisciplinaridade representa um caminho possível para a reaproximação da arte, ciência e tecnologia, atividades que, embora tenham sido praticadas em estreito contato em uma fase pré-científica, separaram-se devido à intensa especialização de cada uma dessas áreas.

Na fronteira entre arte e ciência, a musicologia surgiu, no século XIX, devido a uma atitude eminentemente interdisciplinar, porém especializou-se ao extremo no século XX, produzindo pesquisadores que se ocupavam de um único método ou de um único objeto (muitas vezes um só estilo, um só autor e até uma só obra). Na transição do século XX para o XXI, entretanto, tornou-se necessária uma adequação da musicologia às tendências científicas internacionais, no sentido de se adotar as renovadoras abordagens multi, inter e transdisciplinares, para, com isso, responder a problemas que não poderiam ser solucionados apenas pelos procedimentos disciplinares.

Refletindo os rumos da nova musicologia internacional, já começa a ser observado na musicologia brasileira o compartilhamento dos parâmetros típicos da musicologia com aqueles comuns na história, sociologia, lingüística, informática, ciência da informação e outras atividades. Por outro lado, é preciso reconhecer que a musicologia brasileira encontra-se entre dois extremos conflitantes: embora não tenha chegado à intensa especialização que caracterizou o desenvolvimento dessa disciplina em outras regiões do mundo, não possui mais condições para prosseguir exclusivamente nessa direção, procurando agora saídas também multi, inter e transdisciplinares.

O VII Encontro de Musicologia Histórica, através do tema ?Musicologia histórica brasileira em tempos de transdisciplinaridade?, visa reunir esforços e debater questões em torno de abordagens multi, inter e transdisciplinares relacionadas a essa disciplina e à música brasileira, contribuindo assim com o desenvolvimento da musicologia no país, em sintonia com as recentes necessidades e tendências, tanto brasileiras quanto internacionais. A temática desse evento inclui as reflexões sobre os métodos, objetivos, aplicações e interessses da musicologia no Brasil, mas também são benvindas as abordagens críticas sobre seu estágio de desenvolvimento e a função que teve, tem ou poderá ter essa disciplina no país.

Apresentação de propostas para comunicações

Os interessados em apresentar comunicações deverão enviar, para o e-mail 7emh@uol.com.br, até o dia 3 de abril de 2006, as seguintes informações, em um único arquivo: título, autor, endereço eletrônico, instituição de origem, resumo da comunicação entre 500 e 1.000 palavras, currículo do autor em até 300 palavras e ficha de inscrição.

Enviar as informações apenas em arquivo DOC ou TXT, para computador PC/Windows, não incluindo no mesmo nenhum tipo de imagem, tabela, exemplo musical ou ilustração. Não serão aceitas inscrições por disquete, carta ou fax.

A seleção das comunicações será realizada por uma comissão constituída pelos seguintes pesquisadores e da qual não fará parte o coordenador do evento:

  • Prof. Dr. Álvaro Carlini (UFPR)
  • Prof. Mr. Luiz Guilherme Goldberg (UFPel)
  • Prof. Dr. Marcos Holler (UDESC)

Serão avaliadas somente as propostas de comunicações que atenderem a estas normas e prazos e serão indicadas, para apresentação, 15 comunicações selecionadas, a partir dos critérios abaixo especificados. Não serão aceitas comunicações já publicadas ou apresentadas em outros eventos.

As despesas de viagem e estadia para a apresentação de comunicações ficarão a cargo de seus autores, recomendando-se a obtenção de recursos em suas instituições de origem. Se necessário, o VII EMH poderá emitir carta impressa confirmando a seleção da comunicação, a partir de 25 de abril de 2006.

Os autores das comunicações selecionadas deverão efetuar o pagamento da taxa de inscrição de R$ 40,00 no primeiro dia do evento, em Juiz de Fora. As informações solicitadas deverão ser enviadas exclusivamente para o endereço eletrônico do VII EMH (7emh@uol.com.br) e não para o endereço institucional do Centro Cultural Pró-Música.

Uma vez recebida a proposta de comunição, será enviada ao autor uma mensagem de confirmação. Não recebendo a mensagem de confirmação, recomenda-se o reenvio da proposta ou, em caso extremo, o contato telefônico.

Não será possível atender solicitações para agendamento de comunicações em dias ou horários específicos, pois isso será realizado pela Comissão Organizadora a partir das necessidades do evento. Pedidos de restrição a um dos dias do Encontro, no entanto, poderão ser atendidos, quando pertinentes.

O programa de atividades, com especificação de data e horário das apresentações, será distribuído aos participantes no início do Encontro, mas não poderá ser divulgado antes disso.

Todos os textos selecionados e apresentados no VII EMH serão publicados nos Anais do evento, desde que estejam de acordo com as normas e prazos aqui estipulados. Não serão impressos os textos que, mesmo selecionados, deixarem de ser apresentados no Encontro. Casos excepcionais serão avaliados pela Comissão Organizadora.

Seleção das comunicações

Embora faça parte de um festival de música de uma instituição não-universitária, o Encontro de Musicologia Histórica adota critérios acadêmicos de seleção e apresentação de comunicações. As propostas de comunições, que serão repassadas para a Comissão Organizadora sem o nome, currículo e demais informações referentes a seus autores, serão avaliadas exclusivamente pelo mérito de seu conteúdo, de acordo com os seguintes critérios:

  • Adequação ao tema do VII EMH
  • Relevância do assunto abordado
  • Diversidade e originalidade da pesquisa
  • Clareza da proposta e da redação

As comunicações selecionadas estarão indicadas, a partir de 25 de abril de 2006, na página do VII EMH, em: http://www.promusica.org.br

Cronograma

  • Inscrição e recepção dos textos: até 3 de abril de 2006
  • Confirmação dos textos selecionados: a partir de 25 de abril de 2006
  • Realização do VI EMH: 21 a 23 de julho de 2006
  • Entrega da versão definitiva do texto: até 31 de outubro de 2006
  • Distribuição dos Anais: a partir de julho de 2008

Para as versões definitivas dos textos, que poderão ser enviadas até 31 de outubro de 2006, deverão ser adotados o modelo para digitação e as normas de redação dos textos. Para maiores informações, ou para download dos arquivos com as normas e o modelo, consultar a página do VII EMH.

Somente serão aceitas para publicação nos Anais as comunicações que atenterem a estas normas, prazos e modelo.

Informações, inscrições e envio de textos

VII ENCONTRO DE MUSICOLOGIA HISTÓRICA
Centro Cultural Pró-Música
Av. Rio Branco, 2329
36010-011 - Juiz de Fora - MG
BRASIL
Tel.: (55-32) 3215-3951. Fax: (55-32) 3216-4787
URL: http://www.promusica.org.br
E-mail: 7emh@uol.com.br



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